
A conta de luz dos brasileiros seguirá
mais cara em agosto, mês em que irá vigorar a bandeira tarifária
vermelha nível 2, o mais elevado para as cobranças adicionais. Com isso,
as contas de luz continuarão com a cobrança extra de R$ 5 a cada 100
quilowatts-hora (kWh) consumidos.
A
informação foi divulgada nesta sexta-feira pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel). Em julho, a bandeira vermelha 2 também foi
aplicada.
"A manutenção da
cor da bandeira deve-se ao prosseguimento das condições hidrológicas
desfavoráveis e à redução no nível de armazenamento dos principais
reservatórios do Sistema Interligado Nacional (SIN)", expliocu a Aneel.
O
sistema de bandeiras sinaliza o custo real da energia gerada. A cor da
bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde). Quando
chove menos, por exemplo, os reservatórios das hidrelétricas ficam mais
vazios e é preciso acionar mais termelétricas para garantir o
suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou
vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.
As
contas de luz estão mais caras desde maio, quando foi acionada a
bandeira tarifária amarela, que gera um custo extra de R$ 1 a cada 100
kW/h em energia consumida. Em junho, a sobretaxa aumentou para R$ 5, com
a bandeira tarifária vermelha nível 2.
Especialistas
avaliam que a bandeira vermelha deve permanecer até outubro, com
possibilidade de ser estendida até dezembro, caso as chuvas não sejam
suficientes para regularizar o nível de água nos reservatórios das
hidrelétricas.
O volume da
água para as hidrelétricas segue em queda e voltou a se aproximar do
comportamento visto no ano passado, o pior da série histórica. As
barragens que abastecem o sistema interligado nacional estão cerca de 12
pontos percentuais abaixo do volume estimado para esta época do ano,
segundo cálculos da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
(CCEE).
A previsão da CCEE é
que o nível de água nos lagos das hidrelétricas permaneça muito baixo,
apesar de um pouco maior que o registrado em 2017.
Parada de usinas térmicas
A
decisão da Petrobras de fazer uma parada programada para manutenção na
plataforma de Mexilhão, no pré-sal da Bacia de Santos, também deve ter
impacto na conta de luz do brasileiro. A plataforma, que ficará
paralisada até 8 de setembro, produz gás destinado a usinas
termelétricas no Sudeste e no Nordeste. O episódio deixou em alerta a
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Para
suprir os 15 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural de
Mexilhão, a estatal vai aumentar a oferta de gás natural liquefeito
(GNL) importado em 20 milhões de metros cúbicos por dia. Neste cenário,
as alternativas seriam usar gás importado, mais caro, ou recorrer a
usinas movidas a outras fontes, como diesel, que também têm preço mais
elevado.