Brusque é a cidade mais segura do
Brasil pra se viver. O município de Santa Catarina teve a menor taxa de
homicídios do Atlas da Violência 2018.
Brusque registrou 4,8 homicídios a cada 100 mil
habitantes, 6 vezes menos que a média brasileira de 30,3 assassinatos a
cada 100 mil habitantes. O levantamento feito pelo Ipea e pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública – baseado em dados de 2016 – foi
divulgado nesta sexta, 15.
Veja o ranking das 25 cidades mais seguras do Brasil:
Cidade Pop. Tx.homicícios
- Brusque (SC) 125.810 4,8
- Atibaia (SP) 138.449 5,1
- Jaraguá do Sul (SC) 167.300 5,4
- Tatuí (SP) 117.823 5,9
- Varginha (MG) 133.384 6,7
- Jaú (SP) 144.828 6,9
- Lavras (MG) 101.208 6,9
- Botucatu (SP) 141.032 7,1
- Indaiatuba (SP) 235.367 7,2
- Limeira (SP) 298.701 7,4
- Valinhos (SP) 122.163 7,4
- Catanduva (SP) 120.092 7,5
- Santana de Parnaíba (SP) 129.261 7,7
- Sertãozinho (SP) 121.412 8,2
- Balneário Camboriú (SC) 131.727 8,4
- Bauru (SP) 369.368 8,7
- Mogi Guaçu (SP) 148.327 8,8
- Jundiaí (SP) 405.740 8,9
- Birigui (SP) 119.536 9,2
- Bragança Paulista (SP) 162.435 9,2
- São Caetano do Sul (SP) 158.825 9,4
- Tubarão (SC) 103.674 9,6
- Ourinhos (SP) 111.056 9,9
- Itatiba (SP) 114.912 10,4
- Franca (SP) 344.704 10,4
São Paulo aparece no ranking como a capital a mais pacífica, com 14,9 mortes para cada 100 mil.
Florianópolis aparece em segundo, com 18, e Vitória em terceiro, com 23,1.
Brasília teve no período 26,5 mortes a cada 100 mil habitantes.
Pobreza
O estudo do IPEA mostra que existe uma relação forte entre a pobreza e a taxa de homicídios.
Os dez municípios com mais de 100 mil habitantes e com
menores taxas de homicídios têm 0,6% de pessoas extremamente pobres,
enquanto os dez mais violentos têm 5,5%, em média.
As dez cidades com maiores taxas de assassinatos no Brasil
têm nove vezes mais pessoas na extrema pobreza do que as cidades menos
violentas.
Nas cidades menos violentas, a porcentagem de pessoas sem saneamento básico é de 0,5% e de 5,9% nas mais violentas.
A taxa de desocupação de jovens também é maior nas cidades com mais assassinatos.
“A edição do Atlas com dados municipais tenta jogar luz a
um componente da violência letal que diz respeito às condições
socioeconômicas das pessoas mais atingidas pela violência”, disse a
diretora executiva do Fórum Brasileiro da Segurança Pública, Samira
Bueno.
“Basicamente mostramos que municípios com melhores níveis
de desenvolvimento – e aqui falamos de habitação, educação, inserção no
mercado de trabalho, dentre outros – também concentram menores índices
de homicídio. Ou seja, estamos falando de pobreza, mas principalmente,
estamos falando de vulnerabilidade econômica e de desigualdade”, afirma.
Para Samira, os indicadores mostram o “equívoco de
políticas de enfrentamento da violência focadas apenas no policiamento e
em estratégias repressivas”.
“O estado não é capaz de oferecer condições básicas de
vida e cidadania para parcelas significativas da população, e justamente
essas pessoas, que vivem em condições de inserção precária no mercado
de trabalho, evadem da escola muito cedo, habitam em territórios sem
infraestrutura são os que mais ficam vulneráveis à violência”.
Cidades mais violentas
Sete das dez cidades mais violentas do Brasil estão na Bahia e no Rio de Janeiro.
Queimados, na região metropolitana do Rio, foi a recordista, com 134,9 homicídios a cada 100 mil habitantes.
Em seguida aparecem 4 cidades da Bahia: Eunápolis, com
124,3, Simões Filho, com 107,7, Porto Seguro 101,7 e Lauro de Feitas,
com 99,2.
Entre as dez mais violentas há ainda Maracanaú, no Ceará, Altamira, no Pará, e Almirante Tamandaré, no Paraná.
“Bahia e Rio se destacam nesse cenário de estratégias
policiais hiper militarizadas que não se conectam com políticas sociais.
Não dá para superar esse problema sem políticas integradas como vêm
fazendo, por exemplo, Espírito Santo e Paraíba”, disse Samira.
Capitais mais violentas
Entre as capitais brasileiras, Belém é a mais violenta, com 77 mortes para cada 100 mil habitantes.Em seguida aparecem Aracaju, com 76,5, e Natal, com 70,6.
Brasil
Pela primeira vez na história, o Brasil atingiu a taxa de 30 assassinatos para cada 100 mil habitantes, em 2016, de acordo o Atlas da Violência 2018.
Com 62.517 homicídios, a taxa chegou a 30,3, que
corresponde a 30 vezes a da Europa. Antes de 2016, a maior taxa havia
sido registrada em 2014, com 29,8 por 100 mil habitantes.
Segundo o estudo, nos últimos dez anos, 553 mil pessoas
perderam a vida vítimas de violência no Brasil. Em 2016, 71,1% dos
homicídios foram praticados com armas de fogo.
Apesar de a taxa de 30 já ser muito alta, há uma
discrepância entre as unidades da federação, onde em Sergipe, a taxa
chega a 64,7, Alagoas, 54,2 e Rio Grande do Norte, 53,4.
Já São Paulo tem taxa de 10,9, Santa Catarina, 14,2, e Piauí, com 21,8.
Nos últimos dez anos, a taxa que mais cresceu foi no Rio
Grande do Norte (alta de 256,9%) e a que a mais caiu foi no estado de
São Paulo (queda de 46,10%). A variação é grande entre os estados.