Investigações sobre o ataque do ex-deputado Roberto Jefferson a agentes da Polícia Federal em outubro do ano passado mostram que ele usou granadas reforçadas com pregos e fuzis potentes, que causaram 42 perfurações em uma viatura da PF.
Jefferson é acusado de tentativa de homicídio contra quatro policiais federais. Em 23 de outubro de 2022, poucos dias antes do segundo turno das eleições, os agentes foram até a casa do ex-deputado para cumprir um mandado de prisão. Na ocasião, eles foram recebidos por tiros e granadas.
O ex-parlamentar continua preso, mas, no momento, está internado com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em um hospital do Rio de Janeiro. A Justiça decidiu, no último dia 13, que ele vai a júri popular, no entanto, o julgamento ainda não foi marcado.
O programa Fantástico
, da TV Globo
, teve acesso aos laudos da perícia. Segundo os investigadores, três granadas lançadas por Jefferson
contra os agentes da PF
foram modificadas. Elas tinham pedaços de prego cortados e colados com uma fita adesiva.
Durante apuração do ocorrido, os peritos reconstruíram a ação para analisar os danos que essas granadas poderiam causar e, de acordo com eles, os fragmentos de um dos pregos chegou a uma velocidade de mais de 280 quilômetros por hora durante uma simulação.
Dois agentes ficaram feridos por estilhaços e encaminhados ao hospital
na ocasião. Ainda de acordo com os peritos, duas das três granadas
usadas por Jefferson foram compradas pela Polícia Militar do Rio de
Janeiro.
A PM disse não ter sido notificada pela PF e que um inquérito será instaurado quando essa notificação ocorrer, informou a emissora.
Os advogados de Jefferson também se manifestaram, afirmando que ele
jamais teve a intenção de causar danos graves aos policiais. A defesa
disse que somente uma granada foi modificada com pregos devido a ameaças
que o ex-deputado vinha sofrendo nos últimos anos.
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