Após causar problemas diplomáticos com a China - como o ministro da Economia, Paulo Guedes, que declarou que o novo coronavírus foi inventado pelos chineses - o Planalto agora busca realizar operações internacionais para adquirir doses de vacinas excedentes nos países com ritmo acelerado de imunização. No radar brasileiro estão dois possíveis 'alvos': os EUA e o Reino Unido .
Estes países foram selecionados pois ambos se encontram em estágios avançados de vacinação e contam com um imunizante já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a vacina da Oxford/AstraZeneca.
Outro fator que ajuda na negociação é o avanço da diplomacia promovida pela China através da venda de vacinas. Washington e Londres buscam frear o avanço dos chineses e ampliar seu número de países parceiros. A vacina pode ser uma boa moeda de troca.
Canadá e Austrália foram consultados pelo Itamaraty nas últimas semanas, mas ambos informaram que, no curto prazo, não há a possibilidade de importação dos imunizantes.
O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, ressaltou que enviará "até 4 de julho, cerca de 10% do que temos [de excedente] para outras nações".
Somente os EUA possuem cerca de 60 milhões de doses da vacina da Oxford/AstraZeneca que não foram utilizadas pois ainda não houve a autorização por parte das autoridades sanitárias.
"À medida que essas doses estiverem disponíveis, os EUA decidirão os locais para onde elas serão enviadas", argumentou a embaixada americana em Brasília.
Há a sensação no governo Jair Bolsonaro de que o Brasil receberá um carregamento dos imunizantes quando estes passarem a ser comercializados internacionalmente.
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