Segundo o documento, após entrevistas com representantes do Centro de Coordenação de Operações do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 (CCOP) e de respostas a informações pedidas, o TCU observou a ausência de diretriz estratégica de combate à disseminação e ao tratamento mais adequado para a doença, “como denota a saída de dois ministros da Saúde num intervalo de um mês, durante a maior pandemia deste século”.
Dentre as fragilidades apontadas pelo relatório na estratégia do governo está a falta de critérios técnicos para priorizar as regiões mais necessitadas na construção de hospitais de campanha.
Como consequência, o TCU considerou que isso pode levar ao surgimento de planos locais de Estados e municípios, que “podem estabelecer cursos de ação não socialmente ótimos, como o superdimensionamento nas compras de equipamentos para combate à Covid-19, a construção de hospitais de campanha sem dados demográficos e sanitários que a embase e o decretamento do isolamento social além ou aquém do estritamente necessário”, aponta o TCU.
O relatório cita ainda que pela “ausência de representantes permanentes de áreas da medicina e da ciência no Comitê de Crise da Covid-19 e da não participação de especialistas dessas áreas em reuniões específicas do Comitê (…) poderão ser adotadas decisões não baseadas em questões médicas e científicas resultando em baixa efetividade das medidas adotadas de prevenção e combate à pandemia, desperdícios de recursos públicos e aumento de infecções e mortes”.
Assim, o TCU conclui por alertar à Casa Civil que essas fragilidades podem comprometer os custos e os resultados do enfrentamento à pandemia.
O Ministério da Saúde informou nesta noite o segundo maior número de casos diários do novo coronavírus desde o início da pandemia e que o número de óbitos pela doença atingiu 53.85 mil, sendo o segundo país com maior número de casos e mortes devido ao vírus, atrás apenas dos Estados Unidos. [nS0N2D101X]
Questionado sobre o relatório do TCU, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, afirmou que não consegue “enxergar onde exista essa ausência de profissionais de saúde”.
Segundo ele, “o ministério é composto por um corpo de técnicos de excelente qualidade técnica, de reconhecimento nacional e internacional”.
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